Tempo de Esperança

Após dez meses no governo da Diocese de Foz do Iguaçu, os meus sentimentos  são de alegria e esperança. Alegria pelo jeito acolhedor do nosso povo. Esperança motivada pela coragem em concretizar os sonhos. Não faltam desafios que, quando superados muitos objetivos serão alcançados.
Aqui precisamos investir no Serviço de Animação Vocacional pois nosso clero é escasso. Poucos padres, nenhum diácono. Já começa a brilhar uma luz para os vocacionados ao diaconado permanente. Necessitamos de um plano da Ação Evangelizadora centrada em nossa realidade, e ter coragem profética para colocá-lo em prática, com opção preferencial pelos pobres de nossa Diocese, os quais clamam por vida. É preciso evangelizar como Igreja profética. Porque calou a voz profética? São João Batista, o padroeiro de nossa Diocese se vivesse hoje, ficaria calado diante de tanta violência contra a vida? Ele gritaria hoje em Foz para endireitar os caminhos para a concretização da sociedade fraterna? Tenho certeza que sim, mesmo porque recebeu rasgados elogios de Jesus.
É preciso exercer a vocação de discípulos missionários juntos e não cada um para si. Vejo que um instrumento eficaz para a ação evangelizadora é o Conselho de Pastoral Paroquial que deve motivar para que a nossa Igreja seja comunidade de comunidades a serviço da vida plena para todos. Temos é verdade muitas pessoas integradas nas pastorais e movimentos, mas sem uma mentalidade renovada de comunhão e participação. Faltam nos discípulos missionários que, após o encontro com o Deus vivo, assumam os espaços que precisam ser evangelizados hoje, como por exemplo, a Pastoral Urbana e a Pastoral Universitária. Estamos como Igreja, ausentes no mundo da educação. Os valores da vida deixam de ser proclamados nos espaços urbanos. Proclamá-los na igreja-templo é muito pouco e atinge poucas pessoas.
Como Igreja no mundo de hoje, marcado pelo relativismo, que não considera a pluralidade; os pobres são considerados supérfluos e descartáveis, temos que tomar posição e reagir em defesa e promoção da vida, negada e ameaçada.
Precisamos continuar dando ao nosso povo condições mínimas para uma vida digna com educação, saúde, trabalho, moradia, proteção à vida e à família, às crianças e idosos, proteção e condição de vida aos jovens, presas fáceis da violência que mata a vida e os sonhos de nossa juventude.
Temos grandes barreiras a serem superadas para vivermos como uma grande família diocesana. O que nos impede de avançar, ousar? Porque temer? O fato de vivermos nas 3 fronteiras nos amedronta? As fronteiras não seriam usadas como desculpas para justificar nossas omissões? A questão fundamental está no interior de nossa Igreja onde ao invés de construir pontes (pontífice) de amizade, implodimos as relações entre nós, criamos muros. Os muros separam, as pontes unem. Vemos o outro com indiferença, não como quem possui dons diferentes, não como irmão, mas como inimigo. O outro deveria ser aceito na sua diferença.
É preciso em nossa Diocese, nos próximos 4 anos, continuar a derrubar os muros que nos separam, investir em pontes humanas que nos aproximam como irmãos. Queremos abandonar as velhas estruturas desta Igreja particular que ao celebrar 33 anos, precisa recomeçar... Precisamos recomeçar sempre de novo passando pelas pontes que edificamos com esforço, sem jamais sentar no muro da indiferença
Necessitamos investir na iniciação cristã com os adultos para concretizar a vida comunitária. É preciso evangelizar os nossos católicos, integrar fé e vida, valorizar a Palavra e a Eucaristia, como meios, à prática da solidariedade e do amor dilativo.
Nós padres somos construtores de pontes, jamais de muros. O nosso povo quer passar pela ponte; o muro interrompe o caminhar, impede de olhar com ousadia o horizonte.
Sejamos então pontífices em nossa Igreja Particular.

Dom Dirceu Vegini

One response to “Tempo de Esperança

  1. Anônimo

    Exelentíssimo Pai, Dom Dirceu Vegini
    A vinda do senhor para nossa Diocese foi açào providente de Deus, despertou um novo ardor e ânimo litúrgico, pastoral e missionário em nossas comunidades! As mudanças nos fazem rever nosso agir, nos tiram de uma zona perigosa de conforto e nos levam a buscar um aperfeiçoamento espiritual e intelectual. Mas toda mudança gera desconforto, mas é preciso que nós nos abramos ao novo e observemos todo o benefício e graças que ele nos trará! E é assim que vejo a a ação transformadora do Senhor em nossa diocese.
    O fundador dos padres e irmãos Servos da Caridade, São Luís Guanella, dizia que "não se pode parar enquanto houver pobres a socorrer", e é assim que devemos agir, sendo sinais do amor providente e misericordioso de Deus Pai em todos os lugares e a todos os povos, levando a todos "pão e Senhor".
    Caríssimo Pai, me alegro muito com sua presença e agradeço por todo o trabalho realizado pelo senhor enquanto nosso pastor. Seu rebanho está unido em oração para que Deus sempre interceda pelo seu árduo trabalho em nossa Diocese.
    Peço sempre sua oração para que eu e todos desta Igreja particular nos tornemos discípulos que constroem pontes entre nós e como nos diz seu lema, saibamos viver em comunhão e participação, para edificarmos um mundo melhor nesta Igreja que peregrina rumo ao Reino da vida Eterna.
    Abraço fraterno, desta ovelha de seu rebanho,
    Lucas Marciel da Silva
    Paróquia Santa Terezinha!

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