"Não estou aqui, eu, tua Mãe?" - II


Segunda-feira, Juan Diego não voltou. Seu tio Juan Bernardino adoecera gravemente e à noite pediu-lhe que fosse a Tlatelolco de madrugada, para chamar um sacerdote que o ouvisse em confissão. Juan Diego saiu na terça-feira, contornando o cerro e passando pelo outro lado, em direção ao Oriente, para chegar logo à Cidade do México, a fim de que Nossa Senhora não o detivesse. Porém, ela veio a seu encontro e lhe disse: “Ouve e entende bem uma coisa, tu que és o menorzinho dos meus filhos: o que agora te assusta e aflige não é nada. Não se perturbe o teu coração nem te inquiete coisa alguma. Não estou aqui, eu, tua mãe? Não estás sob a minha sombra? Não estás porventura sob a minha proteção? Não te aflija a doença do teu tio. Fica sabendo que ele já sarou. Sobe, agora, meu filho, ao cimo do cerro, onde acharás um punhado de flores que deves colher e trazer-mo”.

Quando Juan Diego chegou ao cimo, ficou assombrado com a quantidade de belas rosas de Castela que ali haviam brotado em pleno inverno. Envolvendo-as em sua manta, levou-as para Nossa Senhora. Ela lhe disse: “Meu filho, eis a prova, o sinal que apresentarás ao Bispo, para que nele veja a minha vontade. Tu és o meu embaixador, digno de toda a confiança!”

Juan Diego pôs-se a caminho, agora contente e confiante em sair-se bem de sua missão. Ao chegar à presença do Bispo, lhe disse: “Senhor, fiz o que me ordenaste. Nossa Senhora consentiu em atender o teu pedido. Despachou-me ao cimo do cerro, para colher ali várias rosas de Castela, traze-las a ti, entregando-as pessoalmente. Assim faço, para que reconheças o sinal que pediste e assim cumpras a sua vontade. Ei-las: recebe-as!”


Desdobrou em seguida a sua branca manta. À medida em que as várias rosas de Castela espalhavam-se pelo chão desenhava-se no pano e aparecia de repente a preciosa imagem de Maria sempre virgem, Mãe de Deus, como até hoje se conserva no seu templo de Tepeyac. A cidade inteira, em tumulto, vinha ver e admirar a sua santa imagem e dirigir-lhe suas preces. Obedecendo à ordem que a própria Nossa Senhora dera ao tio Juan Bernardino, quando devolveu-lhe a saúde, ficou sendo chamada como ela queria: “Santa Maria sempre virgem de Guadalupe”.

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