Curitiba, 29 de maio de 2015
Aos senhores Arce/Bispos
Aos Coordenadores Diocesanos da Ação Evangelizadora (CDAEs)
Aos Presbíteros párocos, vigários, reitores de seminários e outros
Aos Coordenadores (as) e Assessores (as) de Pastorais, Movimentos e
Organismos
Aos fiéis leigos
Objeto: Mobilização das lideranças da Igreja no Paraná contra a adoção
da Ideologia de gênero
Recentemente,
após várias votações dos parlamentares brasileiros e contínuos protestos por
parte da Igreja, de ativistas pró-família e cidadãos brasileiros de todos os
estados, foram excluídos os pontos que introduziam a chamada “identidade de
gênero ou ideologia de gênero” no Plano Nacional da Educação (PNE).
No
entanto, precisamos nos mobilizar para que a mesma rejeição aconteça nos
processos legislativos estadual e municipais.
O Estado
do Paraná e seus 399 municípios devem aprovar seus Planos de Educação até dia
24 de junho.
Diante
disso, precisamos, com urgência, atuando a dimensão profética de nossa fé,
alertar os Deputados e Vereadores sobre o perigo da ideologia de gênero, a fim
de que atuem com firmeza na rejeição desse ataque frontal à família.
A
ideologia do gênero surge como uma antropologia alternativa, quer à
judaico-cristã, quer à das culturas tradicionais não ocidentais.
Alguns pontos sobre a Identidade de Gênero ou Ideologia de Gênero[1]
1. Essa
ideologia contrasta frontalmente com a antropologia cristão por opor-se à visão
bíblica e cristã da pessoa e da sexualidade humana.
2. A
ideologia extingue o conceito de sexo, de corpo sexuado, e no lugar desses
conceitos adota a palavra “gênero”. A fé cristã nos ensina que a dimensão
sexuada, a masculinidade ou feminilidade, é constitutiva da pessoa, é o seu
modo de ser, não um simples atributo.
3. Segundo
essa ideologia a criança nasce sem um sexo definido e, por isso, não deve ser
considerada do sexo masculino ou sexo feminino. O aluno menino ou menina, é
chamado apenas de criança, porque cada um deve decidir quando crescer se será
homem ou mulher. A fé cristã afirma que a diferenciação sexual correspondente
ao desígnio divino sobre a criação, em toda a sua beleza e plenitude: «Ele os criou
homem e mulher» (Gn 1,27).
4. Com a
expressão gênero, a ideologia quer promover a igualdade do homem e da mulher.
Afirmam que o ser masculino ou feminino não passa de uma construção mental,
mais ou menos interessada e artificial, que, agora, importaria desconstruir.
Por conseguinte, rejeitam tudo o que tenha a ver com os dados biológicos para
se fixarem na dimensão cultural, entendida como mentalidade pessoal e social.
E, por associação de ideias, passou-se a rejeitar a validade de tudo o que tenha
a ver com os tradicionais dados normativos da natureza a respeito da
sexualidade (heterossexualidade, união monogâmica, limite ético aos
conhecimentos técnicos ligados às fontes da vida, respeito pela vida
intrauterina, pudor ou reserva de intimidade, etc.).
5. Pretende
descontruir a matriz heterossexual da sociedade, passando a ser apenas um
modelo entre vários de família, e sustentar a adoção e a procriação artificial
de filhos por pessoas do mesmo sexo ou sós tornando o filho um objeto de
afirmação pessoal, como “direito” a parentalidade, redefinição do casamento e
mudança de sexo oficialmente reconhecida pela lei.
6. No
âmbito do ensino, pretende influenciar na orientação dos programas escolares,
em particular nos de educação sexual, apresentando o gênero como dado
científico e indiscutível, não deixando opção para os pais de escolherem quais
conteúdos de educação sexual acham melhor serem tratados nas escolas.
Portanto:
A ideologia de gênero nega que a diferença sexual inscrita no corpo possa ser identificativa
da pessoa; recusa a complementaridade natural entre os sexos; dissocia a
sexualidade da procriação; sobrepõe a filiação intencional à biológica;
pretende desconstruir a matriz heterossexual da sociedade (a família assente na
união entre um homem e uma mulher deixa de ser o modelo de referência e passa a
ser um entre vários).
Reunião
Além dessa articulação capilar em todos os
municípios paranaenses, é de se esperar que aconteçam reuniões em vários
âmbitos com pessoas que atuam nas Secretarias de Educação e com Vereadores para
um diálogo sobre a questão.
Fraternalmente,
Pe. Mário Spaki
Secretário Executivo da
CNBB Regional Sul 2
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Dom Antônio Braz Benevente
Bispo de Jacarezinho e referencial
da Pastoral da Educação no Regional Sul 2
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Dom Mauro Aparecido dos Santos
Arcebispo de Cascavel e
Presidente da CNBB Regional Sul 2
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Dom Francisco Carlos Bach
Bispo de São José dos Pinhais e
Secretário da CNBB Regional Sul 2
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Dom Geremias Steinmetz
Bispo de Paranavaí e
Vice-Presidente
do Regional Sul 2
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[1] Cf. Carta Pastoral da Conferência Episcopal
Portuguesa a propósito da ideologia do gênero. Fátima, 14.11.2013