Quem quiser viver, tem onde possa viver, tem de onde possa viver.

Homilia de Santo Agostinho (In Io. ev. 26, 13)

«Eu sou o pão vivo descido do céu (Jo 6, 51), sou vivo precisamente por isso: porque desci do céu. Do céu desceu também o maná, mas o maná era sombra, esse é a verdade. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6, 52). Quando a carne compreenderia isso: que Cristo disse ser carne o pão?

Chama-se carne o que a carne não compreende, e por isso é que menos o compreende: porque se chama carne. Com isso, ficaram horrorizados, disseram que era demais para eles, pensaram que tal coisa não pudesse realizar-se. Jesus diz: Minha carne dada para a vida do mundo. Os fiéis reconhecem o corpo de Cristo se não se descuidam de ser o corpo de Cristo. Façam-se corpo de Cristo, se quiserem viver do Espírito de Cristo. Não vive do Espírito de Cristo a não ser o corpo de Cristo…
Daí que o Apóstolo Paulo, explicando-nos a realidade deste pão, diga: Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo (1Cor 10, 17). Oh sacramento de piedade! Oh sinal de unidade! Oh vínculo de caridade! Quem quiser viver, tem onde possa viver, tem de onde possa viver. Aproxime-se e creia, incorpore-se para ser vivificado. Não se afaste da união dos membros, não seja um membro podre, que tenha de ser amputado, não seja deformado, a ponto de causar vergonha: seja belo, seja apto, seja sadio. Fique unido ao corpo, viva de Deus, para Deus: esforce-se agora na terra, para reinar, depois, no céu».
(Trad. Fr. Luciano Rouanet, oar)

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