Senhor, a mulher caída em grande número de pecados, tendo reconhecido a tua divindade, assumiu o ofício de portadora de aromas e, toda em lágrimas, trouxe perfume ao teu sepulcro.
“Ai de mim, miserável! – exclama. Sou prisioneira da noite, do verme da licenciosidade, do amor tenebroso e desregrado do pecado.
Recebe a fonte das minhas lágrimas, tu que com as nuvens alimentas a água do mar: inclina-te e escuta o gemido do meu coração, tu que fizeste descer o céu pela tua inefável humilhação.
Eu beijarei os teus pés imaculados e os enxugarei com os cabelos de minha cabeça. No paraíso Eva, percebendo o rumor dos teus pés que se aproximavam, escondeu-se de medo. Quem sondará o número dos meus pecados e o abismo dos teus juízos, ó Salvador das almas e meu Senhor?
Não me desprezes, tu que tens uma imensa piedade, porque eu sou tua serva!"
(Da liturgia Oriental)
