Testemunho da Visita Pastoral


Querido irmão e irmã, eis o testemunho que recebi da Visita Pastoral realizada em Serranópolis do Iguaçu. Como é sabido, carregamos o Sagrado em vasos de barro... Deus sabe agir da melhor forma. 



Quando ouvi do Pe. Edivaldo que o Sr. Bispo viria me visitar em minha enfermidade, fiquei muito um pouco assustada. Confesso que imaginei que estava morrendo e por esse motivo (em virtude de toda minha fé, que ainda é um grão de areia) eu receberia a incrível graça de receber o Bispo para me assistir. Não que imaginasse que a Extrema Unção recebida de suas mãos tivesse mais importância, pois minha conexão com Deus feita pelo Pe. Edivaldo me deixa em plena ciência de que Deus está sempre presente.
Foi um pouco complicado explicar para minha família sobre a visita, mas Deus me inspirou e consegui transmitir a notícia a todos com muita tranquilidade e paz. Nós conversamos com amigos, com algumas pessoas do Grupo de Família e até programávamos um encontro para recebê-lo.
E então, uns 10 dias antes da visita começou a euforia.
Eu só pensava naquilo. Eu só falava da visita. E meu coração vivia a felicidade da espera.
Confesso que por vezes me pus a treinar em minha cama em que posição eu ficaria mais adequada e deitava, cruzava as mãos, sentava, ia ao sofá e treinava para receber o Bispo.
Quase não conseguia sair de casa, uma semana antes eu precisei de transfusão e o contato com a morte me fez sentir a necessidade de comungar.
Chamei as ministras (Vivi e a Fran) e recebi com satisfação o Corpo de Cristo.
Reuni todas as forças que ainda tinha e implorei a Deus que me deixasse forte só até Dom Dirceu chegar. Só até ele chegar! Era tudo o que eu pedia.
Nos últimos três dias passei muito bem. Consegui ir até a Missa de Finados.
No sábado pela manhã, deixei minha família quase doida, precisei limpar toda a casa novamente, mudar os vasos de lugar, perfumar todo o ambiente, até comprar toalha de mesa nova.
Não conseguia nem dormir de tanta ansiedade.
Passei o domingo de manhã arrumando os alimentos que poria na mesa. Pobre de minha mãe, teve que se fazer de camareira e com muita paciência me aturou, fazendo tudo o que eu pedia. Tiramos as porcelanas do enxoval guardadas há anos, elaboramos o cardápio do lanche, orientamos as crianças...
E o meu coração palpitava...
Sorte dos Santos, todas as imagens de santo da minha mãe ganharam banho até as mais esquecidas foram recolocadas em lugares especiais.
Então resolvi ir à Igreja, no encontro da catequese. Mesmo preocupados por causa de minha euforia, concordaram e me levaram.
Absorvi toda a reunião com o Sr. Bispo, mas os últimos minutos pareciam intermináveis.
Chegou o momento, os últimos retoques na mesa, as orientações, ligar para os familiares, fechar a lanchonete, arrumar as crianças.
O BISPO CHEGOU e eu chorava, de uma alegria jamais experimentada. Deixei meus familiares apavorados!
E tudo o que eu havia ensaiado desapareceu. Os pronomes de reverência, as frases que deveria dizer, esqueci.
Hoje percebo que estava tão eufórica que não deixei ninguém falar...

O MOMENTO
Receber a Unção dos Enfermos em sã consciência é uma graça que poucos recebem. Com a ajuda de meu santo Padre Edivaldo tenho me preparado há meses, e graças a uma explicação de nossa coordenadora de CEBs, aprendi que a Unção não é um preparo para a morte, mas um incentivo para a vida e a aceitação, e se for da vontade de Deus, o restabelecimento da saúde do corpo e da alma.
Mas confesso que no momento em que o Sr. Bispo iniciou a celebração, somente a presença de meu “balde de água da vida” (meu padre) é que me dava segurança de estar ali (Obrigada Padre).
Foi um momento mágico, de luz (como naquele dia da celebração do grupo de família) eu não estava ali, só lembro, que de joelhos aos pés de Dom Dirceu eu temia cair deitada e segurava em seus joelhos, e eu era feliz, muito feliz...
Eu tinha minha família ali, mas não os via, sabia que estavam ali, mas eu estava na LUZ.
Sentia a presença e o soluço de minha mãe, a confiança de meu marido, o desespero de meu irmão. Minha irmã e meu cunhado em prece, minhas crianças felizes por estarem ali, e o sopro vindo do Padre e eu fui consagrada para a vida, eu fui ungida para a Vida Plena.
Obrigada Deus.
Após, com toda a paciência, Dom Dirceu me ouviu, me reconciliou com Deus, me aconselhou e com toda paciência e amor renovou em mim a FÉ, a ESPERANÇA e a CARIDADE.
Ainda abençoou alguns objetos que pedimos, inclusive as alianças de minha irmã e nos envolvemos em um clima festivo ao redor da mesa.
Só não fiquei satisfeita com uma coisa, ele só comeu uma maçã. Que desperdício de comida.
Ainda fui a missa de noite e na quarta – até achei que ele iria me mandar sair da fila para receber a unção – deve ter enjoado de mim.


Cathiana Laureta Beal

Deixe seu comentário!

Deixe seu comentário!

Tecnologia do Blogger.

Arquivo