Estudo bíblico-catequético para a solenidade de Todos os Santos


1. Desde o século IX a Igreja celebra hoje todos os santos canonizados e todos aqueles cujos nomes somente Deus conhece, “de todas as nações, tribos, povos e línguas”.
=> O Prefácio da Missa diz bem o significado desta Solenidade:“Festejamos, hoje, a Cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso louvor. Para essa Cidade caminhamos, pressurosos, peregrinando na sombra da fé. Contemplamos, alegres, na vossa luz, tantos membros da Igreja, que nos dais como exemplo e intercessão”.

2. Que é um santo?
=> Diz o Catecismos: “Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solene que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores” (n. 828)"Veneramos a memória dos habitantes do céu não somente a título de exemplo; fazemo-lo ainda mais para corroborar a união de toda a Igreja no Espírito, pelo exercício da caridade fraterna. Pois, assim como a comunhão entre os cristãos da terra nos aproxima de Cristo, da mesma forma o consórcio com os santos nos une a Cristo, do qual como de sua fonte e cabeça, promana toda a graça e a vida do próprio Povo de Deus" (n. 957)
=> Os santos são aqueles discípulos de Cristo que, de tal modo lhe foram fiéis e viveram seu batismo, que já estão no céu, com Cristo, esperando somente a ressurreição
=> O «santo» é um pecador como nós, que lutou para levar Cristo a sério e, procurando ser fiel à graça de Cristo, viveu o Evangelho. Por isso mesmo é apresentado pela Igreja como exemplo para todos nós. É este o sentido da canonização: a Igreja propõe um filho seu como modelo de vida cristã e de seguimento a Cristo. Se alguém é «santo», é por graça de Deus, que o santificou. O «santo» não é um super-homem que, se santificou com suas forças! Ele recebeu a santidade de Cristo, foi aberto à ação santificante do Espírito do Senhor Jesus. Dizer que alguém é santo significa dizer que foi santificado por Cristo! “Pela graça de Deus sou o que sou: e sua graça a mim dispensada não foi estéril” (1Cor 15,10). Assim sendo, quando a Igreja afirma que alguém está na Glória e o chama «santo» deseja mesmo é mostrar o quanto a graça salvadora de Cristo é eficaz, o quanto a força do Senhor Jesus, nosso único Salvador, é capaz de transformar a nossa miséria humana e nos elevar à santidade. É Cristo que é admirável nos seus santos. O santo é uma obra prima da graça de Deus que opera através de Cristo Jesus! Admirando a obra prima, exaltamos o seu Autor! Como a própria Liturgia da Igreja reza: “Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e sem vosso auxílio ninguém é forte, ninguém é santo...”

3. O Novo Testamento várias vezes refere-se aos Santos, que já estão no céu, com Cristo: Hb 12,23 fala dos mártires e “dos espíritos dos justos que já chegaram à perfeição”; Ap 6,9-10 mostra os mártires, em suas almas, intercedendo pelos cristãos da terra; a primeira leitura mostra a multidão que segue o Cristo, Cordeiro imolado, vestida com a veste da glória.

4. Nós já somos santos (=santificados), pois, pelo Batismo, já somos filhos de Deus em Cristo. Mas esta realidade somente será manifestada totalmente na glória final. Leia a segunda leitura!

5. Modelo e causa de toda santidade é o Cristo. Por isso o Evangelho de hoje é o das bem-aventuranças: aí Jesus está falando dele mesmo: É ele o Bem-aventurado e ser santo é ser como ele, tendo os seus mesmos sentimentos.
=> O culto aos santos é louvor e gratidão a Deus, admirável nos seus santos. Ao venerarmos um nosso irmão que foi santificado por Cristo, estamos reconhecendo a ação de Deus nele e agradecendo a Deus por ter dado a graça àquele nosso irmão para que ele fosse aberto à ação do Espírito Santo. Ao engrandecermos a obra de arte, louvamos e enaltecemos seu Autor! Quando a Igreja venera um seu filho que chegou à santidade, recorda-se sempre da frase de Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou: e sua graça a mim dispensada não foi estéril” (1Cor 15,10).
=> Quando os cristãos exaltam as obras dos santos, não esquecem que eles agiram pela força de Cristo, que foi o Espírito Santo do Senhor ressuscitado quem os inspirou e moveu para o bem, já que “é Deus quem opera em vós o querer e o operar” (Fl 2,13). Cumpre-se, assim, a palavra do Senhor Jesus: “Vós sois a luz do mundo. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem o Pai que está nos céus” (Mt 5,14-16).

6. A intercessão dos santos em nada prejudica a única mediação de Cristo: eles rezam por nós como nós rezamos uns pelos outros. Isto é possível porque estamos todos em Cristo: somos membros do seu corpo e rezamos impelidos pelo seu Espírito Santo. Leia Rm 8,26-27; 2Cor 1,1; Ef 1,16; 6,19; Fl 1,4; Cl 4,12; 1Ts 1,2; 1Ts 5,25; 1Tm 2,1; Tg 5,16; Ap 6,10.



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